Nova classificação para dor crônica oncológica no CID-11

Nova classificação para dor crônica oncológica no CID-11

Prevalência de Câncer e Impacto da Dor

Nos últimos anos, a prevalência de câncer tem crescido. Estima-se que, em 2020, tenha havido 17 milhões de casos novos da doença no mundo. Destes:

  • 66% devem sobreviver por pelo menos 5 anos.
  • 40% estarão vivos mais de 10 anos após terem sido diagnosticados.

A dor é o sintoma mais comum do câncer e continua sendo mesmo após o tratamento da doença.

  • 33 a 40% dos pacientes que se curam do câncer têm dor crônica.
  • Em pacientes com a doença avançada, em fase terminal, pelo menos 55% terão dor de intensidade moderada a severa.

Diagnósticos de Dor Oncológica no CID-11

Os diagnósticos de dor oncológica são complementares aos diagnósticos da doença propriamente dita, que possui seu próprio capítulo no CID-11.

Fontes Relacionadas à Dor no Câncer

  1. A própria doença
  2. Os tratamentos usados para combatê-la

A partir desses dois subitens, há outras distinções que detalham as características da dor relacionada ao câncer.

📖 Pode ser importante você ler sobre: O que é Dor Neuropática? Sintomas, causas e tratamentos

1. Dor Relacionada à Própria Doença

A dor causada diretamente pelo câncer ocorre devido à infiltração tumoral em tecidos, órgãos, ossos ou nervos. Exemplos incluem:

  • Dor óssea: comum em casos de metástases ósseas.
  • Dor neuropática: causada pela compressão ou invasão de nervos pelo tumor.
  • Dor visceral: resultante da obstrução ou infiltração em órgãos internos.
  • Dor somática: gerada por inflamação ou destruição de tecidos.

2. Dor Relacionada aos Tratamentos

Os tratamentos oncológicos podem causar dor tanto durante quanto após sua administração. Subtipos incluem:

  • Dor pós-cirúrgica crônica: desenvolvida após procedimentos cirúrgicos relacionados ao câncer, como mastectomia, toracotomia ou amputações.
  • Dor induzida por quimioterapia: neuropatias periféricas frequentemente associadas a drogas como paclitaxel ou oxaliplatina.
  • Dor causada por radioterapia: fibrose ou lesões nos tecidos irradiados podem resultar em dor persistente.
  • Dor relacionada a terapias-alvo ou imunoterapia: inflamações musculoesqueléticas ou neuropatias específicas associadas a novos tratamentos.

3. Dor Multifatorial

Em muitos casos, a dor é resultado de uma combinação de fatores, incluindo:

  • A interação entre a doença e os efeitos adversos dos tratamentos.
  • Contribuições psicológicas, como ansiedade ou depressão associadas ao diagnóstico e evolução do câncer.

Essas distinções são importantes porque ajudam a personalizar o manejo da dor em pacientes oncológicos, considerando as diversas causas subjacentes e as particularidades de cada caso. Isso melhora tanto o controle da dor quanto a qualidade de vida do paciente.

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