Estudo correlaciona dor crônica, perda de memória e demência em idosos

Estudo correlaciona dor crônica, perda de memória e demência em idosos

A compreensão sobre o que é dor tem evoluído significativamente ao longo das últimas décadas. A definição mais utilizada atualmente foi estabelecida na década de 1970, fruto de debates entre especialistas e endossada pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP). Essa definição representou um grande avanço, pois afastou-se de uma visão puramente mecanicista da dor, destacando a importância da experiência subjetiva do paciente.

Segundo a IASP, a dor é:

“Uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão tecidual atual ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão.”

Quase 40 anos depois, pesquisadores como A.C. Williams e K.D. Craig propõem uma atualização desta definição, incorporando os avanços recentes em neurociência, psicologia e medicina da dor.

Dor vai além do corpo: a proposta de Williams e Craig

A principal mudança na nova definição é reconhecer que a dor é uma experiência angustiante influenciada por múltiplos fatores:

  • Sensoriais: percepção física da lesão ou estímulo doloroso.
  • Emocionais: sentimentos como medo, tristeza ou frustração.
  • Cognitivos: pensamentos, memórias e interpretações da dor.
  • Sociais: apoio social, ambiente, cultura e contexto familiar.

Na prática, essa definição evidencia que a dor crônica não pode ser entendida apenas pelo exame físico. É uma experiência complexa, moldada pela interação entre fatores físicos, emocionais, cognitivos e sociais, refletindo a totalidade da experiência humana.

Por que essa atualização é importante

Revisar a definição de dor traz impactos diretos na medicina da dor:

  • Abordagem mais empática: profissionais de saúde passam a considerar não apenas o local da dor, mas o paciente como um todo.
  • Tratamentos mais completos: estratégias multidisciplinares podem combinar cuidados médicos, terapias psicológicas, fisioterapia e suporte social.
  • Validação da experiência do paciente: mesmo quando exames não mostram anormalidades, a dor relatada é real e deve ser reconhecida.
  • Melhora da qualidade de vida: entender a dor em todos os níveis permite ações mais eficazes, promovendo alívio físico e emocional.

A proposta de Williams e Craig foi publicada na revista PAIN em novembro de 2016 e gerou diversos comentários e discussões ao longo de 2017, reforçando a relevância de atualizar um conceito que guiou a prática clínica por quase quatro décadas.

Cuidar da dor é cuidar de você

Se você sofre com dor crônica e sente que seu sofrimento não é compreendido, essa nova abordagem pode trazer uma perspectiva positiva. Um atendimento atento e empático permite que o tratamento seja personalizado, considerando fatores físicos, emocionais, cognitivos e sociais que influenciam sua dor.


👉 Você sente que sua dor não está sendo levada a sério? Aqui, você será ouvido(a) com respeito e cuidado. O primeiro passo para tratar a dor é entender o que ela significa para você — em todos os níveis — e planejar estratégias reais de alívio e qualidade de vida.

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