Estudo analisa relação entre respiração e dor

Estudo analisa relação entre respiração e dor

Como respiramos pode influenciar diretamente a experiência da dor crônica. Pesquisas recentes e revisões científicas têm investigado se técnicas respiratórias — especialmente respirações lentas e ritmadas — podem reduzir a percepção dolorosa e atuar como complemento ao tratamento da dor na prática da medicina da dor.

O que a revisão científica encontrou

Uma revisão sistemática publicada na revista PAIN analisou 31 estudos publicados entre 1984 e 2015, agrupando-os em quatro categorias: efeitos da dor sobre a respiração (clínicos e experimentais) e efeitos das técnicas de respiração sobre a dor (clínicos e experimentais). A revisão concluiu que a dor tende a aumentar o fluxo, a frequência e o volume respiratório, e que respirações ritmadas e lentas foram associadas em vários estudos a reduções da dor — embora os mecanismos fisiológicos ainda não estejam totalmente esclarecidos.

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Como a respiração pode reduzir a dor

Os dados sugerem que a respiração lenta pode modular o sistema nervoso autônomo e o sistema cardiovascular, reduzindo o estado de alerta corporal e promovendo relaxamento — o que, por sua vez, pode diminuir a sensibilidade à dor. Estudos experimentais recentes também apontam alterações na variabilidade da frequência cardíaca e na atividade barorreflexa durante respirações profundas e lentas, mecanismos que provavelmente contribuem para um efeito analgésico periférico e central.

O que isso significa na prática clínica

Na medicina da dor, técnicas de respiração (por exemplo, respiração guiada, respiração diafragmática ou respiração lenta guiada) podem ser ferramentas simples, seguras e complementares ao manejo da dor — especialmente em pacientes com dor crônica, tensão muscular ou ansiedade associada. Importante: a respiração não substitui tratamentos médicos quando indicados; deve ser integrada a um plano multimodal e, quando possível, orientada por um profissional (fisioterapeuta, psicólogo ou profissional de saúde treinado). A revisão reforça a necessidade de mais estudos para entender plenamente quem mais se beneficia e quais protocolos são ótimos.

Recomendações rápidas para começar (orientativas)

  • Experimente sessões curtas (5–15 min) de respiração lenta e ritmada (por exemplo, 4–6 ciclos/min).
  • Combine com relaxamento muscular progressivo ou visualização.
  • Use como complemento ao tratamento médico e à fisioterapia.
  • Consulte um profissional antes se houver histórico de problemas cardíacos, respiratórios ou neurológicos.

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