Bloqueio Paravertebral se mostrou efetivo na mastectomia de pacientes com altos índices de catastrofização e amplificação da dor

Bloqueio Paravertebral se mostrou efetivo na mastectomia de pacientes com altos índices de catastrofização e amplificação da dor

Segundo estudo divulgado no encontro anual da Sociedade Americana de Dor, pacientes que fizeram mastectomia e que apresentavam níveis significativos de catastrofização e amplificação da dor tiveram um efeito aumentado no bloqueio paravertebral, tanto em termos de redução da dor quanto na diminuição do consumo de medicação opioide.

Catastrofização é um conceito da psicologia que se refere às pessoas que identificam a dor como algo insuportável, com a qual elas não conseguirão lidar e que suspeitam que a dor é um sintoma de alguma doença grave, entre outros pensamentos negativos. A amplificação da dor se refere às pessoas que sentem os estímulos dolorosos como mais intensos do que se esperaria delas.

O estudo foi realizado com 121 mulheres que fizeram mastectomia, com ou sem reconstrução em um hospital da cidade de Boston (EUA). Um teste sensorial e uma avaliação psicossocial foram realizados para detectar sensibilidade e responsividade à dor.

Entre os sujeitos do estudo, 57 receberam o bloqueio paravertebral, com  ropivacaína e dexametasona, antes da mastectomia. Outros 64 não receberam o bloqueio. Após o procedimento foram medidos a dor pós-operatória e a quantidade de opioides administrada aos pacientes.

O bloqueio reduziu significativamente a média da dor pós-operatória e o consumo de opioides, em comparação ao grupo que não recebeu o procedimento. No entanto, o dado mais surpreendente é que em pacientes que apresentavam altos índices de catastrofização e amplificação da dor, o efeito foi mais significativo. Principal autora do estudo, a professora assistente da Harvard Medical School, Dra. Kristin Schreiber,afirma que esperava que pacientes com altos níveis de catastrofização e amplificação tivessem mais dor.

Agora, o objetivo da Dra. Shcreiber é construir um modelo que consiga prever os pacientes com alto risco de complicações e piora da dor, o que permitira o desenvolvimento de intervenções que diminuam o sofrimento dessas pessoas.

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