Você já sentiu que a dor no corpo parece piorar quando está mais ansioso ou triste? Ou que, mesmo sem um diagnóstico físico claro, aquela dor insiste em aparecer? Uma pesquisa feita na Região Metropolitana de São Paulo traz dados importantes sobre essa conexão entre saúde mental e dor crônica.
Dores e transtornos mentais como foco de pesquisa
Uma importante pesquisa realizada na cidade de São Paulo com 5.037 pessoas procurou associações em um período de 12 meses entre transtornos de humor e de ansiedade com condições físicas crônicas. Os pesquisadores também buscaram identificar a influência de dados demográficos sobre essas associações.
O estudo, uma colaboração entre pesquisadores da Columbia University, da USP e da Universidade Federal do Espírito Santo, faz parte da “São Paulo Megacity Mental Health Survey Sample”, grande estudo transversal realizado nos municípios da Região Metropolitana de São Paulo.
Entre os transtornos de humor, pode-se perceber na pesquisa:
- Depressão
- Transtorno Afetivo Bipolar
- Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
- Transtorno do Pânico
O que os pesquisadores descobriram sobre dor e transtornos mentais?
Os resultados mostram que há uma grande comorbidade entre transtornos de humor e de ansiedade e dor crônica. Entre pacientes com transtornos de humor, 48,9% apresentam dor crônica. Já entre pessoas com transtornos de ansiedade, a comorbidade com dor crônica é de 44,9%.
Você é portador de dor crônica? Esse nosso artigo pode te ajudar a entender um pouco melhor sobre isso
De todas as condições crônicas de saúde, a dor crônica foi a que apresentou maior associação com os transtornos de humor e de ansiedade. Outras condições crônicas que foram avaliadas no estudo foram as doenças respiratórias e cardiovasculares, hipertensão, câncer, entre outras.
A coleta de dados foi realizada entre 2005 e 2007. A idade média da amostra do estudo foi de 41,5 anos e 56,6% da amostra eram do sexo masculino.
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Por que essa ligação acontece?
Ainda que cada pessoa seja única, sabemos que emoções como tristeza, medo e estresse podem ativar ou intensificar a dor. O corpo entra em um estado de alerta, liberando substâncias que aumentam a sensibilidade à dor. Com o tempo, essa resposta se torna crônica e desgastante.
Além disso, viver com dor constante também afeta o emocional. A pessoa se sente limitada, cansada, frustrada, o que pode agravar quadros de ansiedade e depressão. É um ciclo difícil, mas que pode ser tratado com o suporte certo.
O cuidado precisa ser integrado: corpo e mente andam juntos
Ignorar a dor emocional pode tornar o tratamento da dor física ainda mais difícil. Por isso, é fundamental buscar ajuda especializada, que olhe para você em sua totalidade, e não só para os sintomas isolados.
Se você sente que a dor está afetando seu humor, ou que suas emoções estão pesando no corpo, saiba que há caminhos de tratamento que acolhem tanto o físico quanto o emocional e nós podemos te ajudar.
