Dor intensa após cirurgia não deve ser considerada normal

Dor intensa após cirurgia não deve ser considerada normal

Você já ouviu alguém dizer que sentir dor depois de uma cirurgia “é normal”? Embora essa ideia ainda seja muito difundida, inclusive no Brasil, a ciência já mostrou que a dor pós-operatória pode e deve ser tratada com seriedade. Considerá-la apenas como uma consequência inevitável é um erro que pode comprometer a recuperação e até favorecer o surgimento de dores crônicas.

Por que a dor após cirurgia é tão importante?

Estima-se que mais de 300 milhões de cirurgias sejam realizadas todos os anos em todo o mundo. Em muitos desses casos, ainda há subestimação da dor pós-cirúrgica, o que pode gerar complicações físicas, emocionais e sociais.

A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) destacou o tema em 2017, nomeando-o como o Ano Internacional contra a Dor Pós-Operatória. O objetivo foi chamar atenção para a necessidade de tratar a dor de maneira adequada desde o pós-operatório imediato.

Durante muito tempo, acreditava-se que o paciente deveria “suportar” a dor após a cirurgia. Hoje sabemos que isso não apenas é desumano, mas também arriscado, já que a dor não tratada pode evoluir para um quadro de dor crônica.

young female Asian is resting on a sofa, experiencing menstrual cramps. She has pelvic pain

O que mudou na visão da medicina?

Nas últimas décadas, diversos estudos mostraram que o manejo adequado da dor acelera a recuperação, melhora a qualidade de vida e reduz riscos futuros. Atualmente, as recomendações médicas incluem:

  • Avaliar continuamente a dor logo após a cirurgia e durante o processo de reabilitação.
  • Priorizar o conforto do paciente, reduzindo a intensidade da dor para níveis leves sempre que possível.
  • Identificar pacientes de risco, que podem necessitar de atenção especial.
  • Adotar uma abordagem multimodal, combinando diferentes medicamentos e estratégias, em vez de depender de um único recurso.
  • Integrar o manejo da dor a outros aspectos do cuidado pós-operatório, como nutrição, fisioterapia e apoio psicológico.
  • Respeitar as diferenças individuais, já que fatores como idade, gênero, etnia e histórico de saúde influenciam a resposta ao tratamento.
  • Manter o acompanhamento após a alta, para prevenir dores persistentes ou complicações relacionadas à cirurgia.

Essas medidas reforçam que a dor deve ser vista como um sinal de alerta do corpo, não como uma fraqueza do paciente.

Dor não é fraqueza, é sinal de cuidado

Ignorar a dor ou tratá-la de forma inadequada pode comprometer não apenas a recuperação física, mas também o bem-estar emocional. Um paciente que não tem sua dor controlada tende a se mover menos, o que pode atrasar a reabilitação, aumentar o risco de complicações e prejudicar sua qualidade de vida.

A boa notícia é que, com o avanço da medicina, hoje existem técnicas seguras, personalizadas e cada vez mais eficazes para o tratamento da dor após cirurgia.


👉 Se você ou alguém próximo passou por uma cirurgia e continua com dores além do esperado, não ignore esse sinal. Quanto mais cedo a dor for tratada, maiores são as chances de uma recuperação completa.

Aqui, você encontra um olhar atualizado, humano e atento sobre o manejo da dor. Cuidar da dor é cuidar de você.

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