A dor crônica vai muito além do sofrimento físico. Ela impacta a saúde mental, o convívio social e a qualidade de vida de milhões de pessoas. Um tema delicado, mas essencial de ser discutido, é a relação entre dor crônica e suicídio, especialmente no contexto da Medicina da Dor e da campanha Setembro Amarelo, que reforça a importância da prevenção.
Suicídio: um problema de saúde pública
O suicídio é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um dos maiores problemas de saúde pública. No Brasil, 25 pessoas morrem por dia em decorrência do suicídio. No mundo, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida anualmente. Entre jovens de 15 a 29 anos, trata-se da segunda principal causa de morte. Estima-se que 90% dos casos poderiam ser prevenidos com diagnóstico e tratamento adequados, principalmente de depressão e transtornos associados.
A relação entre dor crônica e comportamento suicida
Pesquisas científicas demonstram uma ligação direta entre dor crônica e risco aumentado de ideação suicida. Uma revisão sistemática identificou que pacientes com dor persistente têm maior probabilidade de apresentar pensamentos suicidas e tentativas de suicídio.
Um estudo norte-americano com mais de 5.900 pessoas mostrou que quem sofre com dores de cabeça crônicas tem o dobro de chance de relatar ideação suicida. Outro levantamento apontou que 32% dos pacientes em tratamento para dor crônica já relataram pensamentos de suicídio. Esses números evidenciam a urgência de atenção médica e psicológica integrada.
Fatores de risco associados à dor crônica
Na medicina da dor, dois fatores são especialmente críticos:
- Catastrofização – quando o paciente tem pensamentos exageradamente negativos sobre a dor, aumentando a sensação de incapacidade.
- Problemas de sono – noites mal dormidas potencializam o sofrimento físico e emocional.
A depressão também é altamente prevalente entre pacientes com dor persistente, pois a limitação no trabalho, lazer, vida social e familiar pode gerar isolamento, desesperança e perda de qualidade de vida.
Prevenção e tratamento integrado
A prevenção do suicídio em pacientes com dor crônica exige abordagem multidisciplinar. É fundamental que indivíduos com sintomas de depressão moderada a grave recebam encaminhamento para psicoterapia e, quando necessário, tratamento medicamentoso. O envolvimento da família e o suporte social também desempenham papel essencial na recuperação.
A Medicina da Dor contribui para reduzir o sofrimento, oferecendo estratégias modernas de diagnóstico e tratamento da dor crônica. Quando o manejo da dor é feito de forma adequada, os riscos de agravamento emocional diminuem consideravelmente.
CVV – Apoio emocional 24 horas
Um importante recurso de prevenção é o CVV – Centro de Valorização da Vida, que oferece apoio emocional gratuito e sigiloso. O atendimento funciona 24 horas pelo telefone 141, presencialmente em diversos postos ou pelo site www.cvv.org.br.
👉 Se você ou alguém próximo sofre com dor crônica, busque ajuda médica especializada em medicina da dor. O cuidado integrado pode aliviar o sofrimento físico, proteger a saúde mental e salvar vidas.