Devo falar sobre dor crônica em meu trabalho?
Uma questão delicada para muitas pessoas com dor crônica é…
A Catapora é uma doença muito conhecida da maioria das pessoas. Trata-se de uma infecção viral primária, benigna e autolimitada. Suas principais características são as lesões na pele, acompanhadas de prurido (coceira), podendo ocorrer também febre moderada e sintomas sistêmicos. Depois de curada a doença, o seu vírus causador (a varicela) fica latente no sistema nervoso por toda a vida do indivíduo.
A Herpes-Zóster acontece a partir de uma reativação do vírus da varicela. Esta reativação está relacionada a uma queda na imunidade da pessoa, principalmente devido a fatores como estresse, idade avançada, uso de terapia imunossupressiva (Radioterapia, Quimioterapia), ou doenças como Leucemia, Linfoma e HIV.
O quadro clínico começa com dores, parestesia (sensações de frio, calor, formigamento ou pressão sem estímulo causador), ardor e coceira, evoluindo em seguida para lesões da pele. As erupções cutâneas costumam seguir o trajeto de um nervo específico. Mais da metade dos casos acontece na região torácica (53%), mas também há certa incidência na região cervical (20%), na região do nervo trigêmeo (15%) e na lombossacral (11%). A incidência de Herpes Zoster nos EUA é de 2 a 3 casos em cada mil pessoas. Em pessoas acima de 65 anos, este número aumenta para 12 em cada mil.
Geralmente, a Herpes Zoster evolui para a cura em algumas semanas, porém, em alguns casos (aproximadamente de 9 a 34%), o quadro de intensa dor persiste. Essa condição de dor persistente, que pode durar por meses ou até anos, é chamada de Neuralgia Pós-Herpética. O quadro de intensa dor crônica compromete, e muito, a qualidade de vida dessas pessoas e torna o tratamento mais desafiador.
O tratamento mais eficaz da neuralgia pós herpética costuma se basear principalmente nas medicações (como os analgésicos, os antidepressivos e os anticonvulsivantes), adesivos de anestésico local e os procedimentos minimamente invasivos da Medicina Intervencionista da Dor. Os procedimentos intervencionistas mais indicados nestes casos são os Bloqueios Simpáticos, os Bloqueios Peridurais e a Radiofrequência. Em alguns casos, pode-se considerar a neuroestimulação.
A Neuralgia Pós-Herpética é um quadro que traz intenso sofrimento para os pacientes e prejudica em muito sua qualidade de vida. Com isso, um tratamento psicológico, associado ao da Medicina da Dor, pode dar uma grande contribuição para o tratamento médico.
Raj’s Practical Management of Pain: Benzon et al. 4ª edição – Editora Mosby, Elsevier. 2008
Artigo na Revista Dor (2013): http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-00132013000300012&script=sci_arttext
Artigo da Dra. Karina Subi para o Blog Mundo Sem Dor: http://www.mundosemdor.com.br/dor-no-herpes-zoster/
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